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A IMPORTÂNCIA DA INTERDISCIPLINARIDADE CRIATIVA NA COMPOSIÇÃO DE GRUPOS DE PESQUISA
IMPLANTAÇÃO GRUPOS DE PESQUISA FACULDADE DE ENFERMAGEM
Tânia Baraúna

Coordenador Grupo de Pesquisa da Faculdade de Ciências e Tecnologia-F. T.C. -Salvador- Bahia-Brasil.
Enfermeira/ Psicopedagoga
Mestre em Criatividade Aplicada Total- MICAT- Universidade Santiago Compostela
Mestre em Administração Estratégica- Universidade do Salvador- UNIFACS-Salvador- BA.
Doutoranda em Educação e Sociedade –UAB -Universidade Autônoma de Barcelona
ssa132273@terra.com.br

Introdução
Os grupos de pesquisa na área de enfermagem vêm do desejo e da responsabilidade de organizar e disseminar o conhecimento gerado pelos seus membros ao longo das suas vidas como profissionais da arte de cuidar.
Observamos que o desenvolvimento da humanidade tem provocado um relacionamento cada vez maior entre as diferentes áreas do conhecimento, a cada dia, vemos uma maior integração entre as atividades humanas. As atividades já não podem mais sobreviver dissociadas.
Essa integração nos leva a uma gama maior de possibilidades, porém exigi-nos um maior conhecimento em áreas diferentes da nossa formação básica.

A adoção de princípios da interdisciplinaridade e da criatividade ajuda-nos a estabelecer estes elos de integração. Constatamos que em todas as áreas da atividade humana há criação, desde que se considere que criar é produzir algo original, e não necessariamente e exclusivamente, “fazer nascer do nada”.O homem é um ser criador, dotado para produzir algo original, único, pessoal, em algum domínio do seu conhecimento.
Adotamos a metodologia da Interdisciplinaridade, e da Criatividade, por ter uma perspectiva onde o conhecimento está voltado para as necessidades reais do ser humano, a sua função social, à medida que reúne elementos para a análise da realidade dos problemas, das contradições e possibilidades de superá-los.

Para alcançar esses fins, torna-se necessário à contribuição de diversas áreas do conhecimento, tendo como preocupação à formação de um profissional Enfermeiro com um desenvolvimento da consciência crítica, a uma elaboração do saber que privilegie conteúdos abertos que possibilitem a novas formas de aprendizagem.
Criatividade e interdisciplinaridade não são uma marca, mas é o ponto de encontro entre o momento de renovação da atitude frente aos problemas de ensino, pesquisa e a aceleração do conhecimento científico. Caracteriza-se por uma intensa reciprocidade nas trocas, usando um enriquecimento mutuo.

O trabalho interdisciplinar e criativo orienta-nos para a unidade do saber, criando condições para o desenvolvimento de uma consciência reflexiva com a capacidade de estabelecer relações entre idéias, elaborar, assimilar e socializar conhecimentos significativos para a vida real.
Criatividade é uma atividade inerente ao ser humano, e como tal ela provavelmente se apresenta em natureza, gerais e níveis diferentes em cada indivíduo. Ainda como qualidade inerente ao indivíduo, ela pode ser desenvolvida, orientada, depurada ou, ao contrário inibida, reprimida, deturpada e sufocada, segundo David de Prado (1).

A criação é uma forma de comunicação do CRIADOR com o mundo, com todas as pessoas, de uma forma simples e natural.O homem é um ser criador, dotado para produzir algo original, único, pessoal, em algum domínio do saber.
Quanto à temática da criatividade e da interdisciplinaridade, necessário se faz circunstanciá-la em contextos conceituais atuais, que favoreçam e oportunize ao grupo de pesquisadores, a vir à tona a individualidade de cada um, ao mesmo tempo, que sensibilize a cada um para a individualidade do outro.

Em se tratando de ensino, sabemos que os currículos das disciplinas tradicionais, da forma como vem sendo desenvolvidas, oferecem ao aluno, ao aprendiz, apenas um acúmulo de informações pouco ou nada relevantes para sua vida profissional e pessoal, principalmente porque o desenvolvimento tecnológico atual é de tal diversidade que se torna impossível processar com velocidade adequada, a esperada sistematização que a vida requer.

O pensar criativo interdisciplinar parte do pressuposto de que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma exaustiva. Tenta, o diálogo com outras fontes do saber, deixando-se irrigar por elas.

Observa-se historicamente uma transmissão fragmentada do saber, principalmente o desenvolvido pela educação escolar, a interdisciplinaridade e a criatividade, ou melhor, ainda, a interdisciplinaridade criativa busca uma nova concepção de aprendizagem, nos grupos de investigação, baseada na interferência entre os diversos ramos do conhecimento de forma interrogativa, questionadora e inventiva, favorecendo assim todo o processo criador e gerador de novos conhecimentos.

Através de Grupos de Pesquisa e estudos buscaremos estabelecer o diálogo com o conhecimento científico, e a sua articulação entre o universo epistemológico e a efetivação na prática.
Pensar e realizar pesquisas tendo como objeto de investigação a criatividade e a interdisciplinaridade requer, inicialmente a adoção de uma metodologia peculiar de trabalho – é como pesquisar a própria prática de trabalho, de ação. É buscar através das referências teórico pesquisado, a construção de um novo conhecimento, em parceria com muitas outras mãos.

A implantação dos grupos de pesquisa tem com principal finalidade o incentivo e a formação de pesquisadores e a produção de conhecimentos, baseados na metodologia da pesquisAção.

Com o objetivo de preparar o indivíduo, o estudante de enfermagem para a pesquisa, saber, analisar as situações e os problemas de uma forma geral, a conhecer os limites de seu próprio sistema conceitual. A pesquisa criativa interdisciplinar tem como principal mérito, a superação do dualismo: pesquisa teórica X pesquisa prática.

Não é mais possível separar o conhecimento da prática. Há uma interdependência profunda entre ambos, uma reciprocidade, ou mesmo, uma relação dialética de auto-implicação, pois o sentido das investigações interdisciplinares e criativas é reconstituir a unidade dos objetos que a fragmentação dos métodos separou e, com isto, permitir análise das situações globais, dos limites de seu próprio sistema conceitual e o diálogo entre os conhecimentos, os diversos saberes. A interdisciplinaridade criativa é princípio de unificação, e não unidade acabada.

Estamos conscientes que um projeto criativo/interdisciplinar surge, às vezes, de uma pessoa (a que já possui em si a atitude criativa/interdisciplinar) e espalha-se para as outras e o grupo. Na maioria das vezes deparamos com múltiplas barreiras: de ordem material, pessoal, institucional. Que, entretanto, podem ser transpostas pelo desejo de criar, de inovar, de ir além.

O que caracteriza a atitude interdisciplinar/criativa é a ousadia da busca, da pesquisa da investigação, é a transformação da insegurança num exercício do pensar, num construir.

A necessidade da Interdisciplinaridade Criativa impõe-se não só como forma de compreender e modificar o mundo, como também por uma exigência interna das ciências, que buscam o restabelecimento da unidade perdida do SABER.

Rever o velho para torná-lo novo ou tornar novo o velho – eis o paradigma que orienta cada grupo de estudo.
É o início de uma caminhada, para uma construção coletiva...
Nos sentimos presente na citação de Roland Barthes:

“Para caminhar é preciso estabelecer metas e etapas; no final, o que interessa é o próprio caminho, e os desvios que nele se encontram. Pesquisar como se soubesse o que se busca; levantar universitariamente hipóteses; adotar cientificamente métodos; efetuar diligentemente o trabalho. Mas saber que a hipótese é uma miragem, o método uma bengala que a um certo ponto se pode jogar fora, e que todo o trabalho que vale a pena se nutre do desejo e por ele se justifica”.

(1)PRADO, D. (1999): Diez Procesos Creativos para la Animación Sociocultural In: Ios. Encontros. Cultura e Concellos, Consello da Cultura Galega.

*Tânia Márcia Baraúna Teixeira
Coordenador Grupo de Pesquisa
Faculdade de Ciências e Tecnologia-F. T.C. -Salvador- Bahia-Brasil.
Enfermeira/ Psicopedagoga
Mestre em Criatividade Aplicada Total- MICAT- Universidade Santiago Compostela
Mestre em Administração Estratégica- Universidade do Salvador- UNIFACS-Salvador- BA.
Doutoranda em Educação e Sociedade –UAB -Universidade Autônoma de Barcelona