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QUATRO TEMPOS

Maluh Práxedes
mleite@bdmg.mg.gov.br

AR

Desde o dia em que você me cobriu no sofá e aconchegou meu rosto no travesseiro pequeno, meu coração compreendeu o tamanho de sua alma e passei a agradecer a Deus por vermos o mesmo sol, o mesmo instante em que o céu aguarda a lua e as estrelas brilhantes e guardadas em nossa comunhão.

FOGO

O que poderás dividir comigo, além de centenas de palavras desamassadas, o vinho tinto e os beijos? A noite enfurecida se assanha com o bater descompassado da confusão. Do outro lado teus olhos. E eu agarro-me com o calor da tua voz que me converte em braços, pernas, pés, amasso e confissão.

TERRA

Então eu combino comigo assim: de agora em diante fale de ternura com carinho e não deixe em desalinho sentimentos flutuantes. Coloque os pés no chão, deixe o coração amar e cuide de cada canto de seus versos. Imprima em cores as notas de uma canção. Deixe em paz palavras, amante e solidão.

ÁGUA

O que pode ser tudo isso que sinto agora? Perdi o sono porque tomei o mesmo vinho que você bebeu em mim. Assassinei os beijos que assaltei na madrugada. Ah! este silencioso instante. Desligo a tv, o telefone, o som e apago as luzes do céu. Se chover, aproveito para deixar água regando o coração.


Malluh Praxedes